Doença infecciosa causada pelo espiroqueta Treponema pallidum subespécie pallidum, a sífilis apresenta índices crescentes de incidência, como observado para as
demais infecções sexualmente transmitidas. Pode ser adquirida através de relação sexual sem proteção, transmissão vertical, transfusão de sangue ou compartilhamento de agulha por usuários de drogas. Após o contágio sexual, o protossifiloma, lesão primária no local de inoculação, surge cerca de 10 dias a 3 meses depois, em geral entre 3 e 4 semanas, como ulceração indolor, de bordas endurecidas e reação ganglionar satélite. A lesão tende a desaparecer espontaneamente após 4 a 6 semanas, seguindo-se a fase secundária. Esta se manifesta cerca de 1 a 6 meses após o desaparecimento do protossifiloma, como processo infeccioso com lesões róseas em mucosas e linfadenopatia generalizada, algumas vezes reação nas menínges, que também cedem espontaneamente após período de 2 a 6 semanas. Após a fase secundária segue-se a fase de sífilis recente latente, nos primeiros anos pós-infecção, quando pode haver recorrências de lesões cutâneas e mucosas, oculares, e, ocasionalmente, a neurossífilis recente. Esta se apresenta como meningite aguda, com alterações em nervos cranianos ou acidentes vasculares cerebrais.
Raramente encontrada em casos insuficientemente tratados, atualmente é observada em infectados pelo HIV, mesmo quando tratados da infecção recente segundo esquemas terapêuticos considerados eficientes. Segue-se a fase latente tardia, que, 5 a 20 anos ou mais após a infecção, pode dar lugar à sífilis terciária, sintomática, com lesões destrutivas, cardiovasculares ou do sistema nervoso central, com demência, psicose, tabes dorsalis, ou com o aparecimento de gomas na pele, ossos ou vísceras