O teste de latências múltiplas do sono (TLMS) é um exame que documenta objetivamente a sonolência e a ocorrência de sono REM durante o período diurno, permitindo diagnosticar com precisão a narcolepsia e contribuindo para o diagnóstico diferencial de outras condições que cursam com hipersonia, a exemplo da síndrome da apnéia obstrutiva. O procedimento consiste na obtenção de quatro a cinco registros de eletroencefalograma, com duração de 20 a 35 minutos, a cada duas horas.
A presença de latência média para o início do sono igual ou inferior a oito minutos e de dois ou mais cochilos com sono REM confirma a narcolepsia. Prevalente em cerca de 0,018% a 0,040% da população geral, com discreto predomínio no sexo masculino, a narcolepsia é uma doença crônica e incapacitante que se caracteriza por sonolência diurna excessiva em mais de 90% dos casos e por um conjunto de sintomas de fácil identificação, embora não necessariamente sempre presentes. Está associada a fatores genéticos, particularmente à presença do alelo HLA-DQB1*602, e a processos de auto-imunidade. Sabe-se que, nos portadores da condição, há uma disfunção na liberação de neurotransmissores que regulam o sono, como as hipocretinas.
O diagnóstico correto da doença é muito importante porque a instituição do tratamento com o uso contínuo de psicoestimulantes reduz o risco de acidentes e melhora a inserção social e a auto-estima dos narcolépticos