A Doença de Lyme é uma zoonose endêmica na America do Norte, Europa e
Asia causada por agentes coletivamente denominados de Borrelia
burgdorferi (lato sensu), que inclui a B. burgdorferi (stricto sensu),
B. garinii, B afzelii e, provavelmente, B. valaisiana. A Borreliose
Lyme-Simile registrada no Brasil ainda não possui seu agente
definitivamente caracterizado. Este teste é um imunoensaio enzimático
(EIA) confeccionado para detecção de anticorpos para B. burgdorferi
(lato sensu). A resposta imunológica à doença é habitualmente lenta e
a antibioticoterapia precoce pode impedir a soroconversão. Em áreas
endêmicas, a presença do Eritema Migrans ou outras apresentações
precoces permite o diagnóstico exclusivamente clínico ou confirmado
apenas pelo EIA. Em áreas não endêmicas, o estudo sorológico
sequenciado pelo EIA e o Western Blot (WB) é sempre necessário. Com a
resolução da infecção, 10% dos indivíduos podem apresentar IgM ou IgG
residuais por longos períodos, não permitindo o diagnóstico
exclusivamente sorológico de infecção ativa. A ausência de anticorpos
específicos constitui forte evidência contra a forma crônica da
doença, embora não exclua sua possibilidade. Cerca de 5% da população
de areas endêmicas possui sorologia positiva para a doença, sem
histórico para a mesma. O EIA IgM é menos específico que o IgG, mas a
positividade para qualquer deles indica a confirmação pelo WB. Alguns
estudos mostram reatividade cruzada entre B. burgdorferi e o agente da
Lyme-Simile brasileira. No entanto, a principal Lyme-like norte-
americana (STARI), apresenta resultados habitualmente indeterminados
ou reatores fracos no EIA, sem a positividade do conjunto de bandas
definidoras para a Lyme clássica, no WB