A litíase, cálculo urinário ou pedra no rim, como é comumente conhecida, é uma desordem causada por uma estrutura cristalina que se forma nas várias partes do trato urinário. Estas pedras começam bem pequenas e vão crescendo. O desenvolvimento, o formato e a velocidade de crescimento destas estruturas dependem da concentração das diferentes substâncias químicas presentes na urina. Acredita-se que o crescimento dos cálculos pode ser acelerado por substâncias denominadas promotoras e retardado por substâncias ditas inibidoras.
Aproximadamente uma em cada 200 pessoas desenvolvem pedra no rim. Cerca de 80% destas pessoas eliminarão a pedra espontaneamente, junto com a urina. Os 20% restantes necessitarão de alguma forma de tratamento. As pessoas que já tiveram um cálculo urológico têm uma chance de 50% de desenvolver um novo cálculo nos próximos 5 a 10 anos.
Alguns cálculos podem permanecer assintomáticos, não requerendo tratamento algum; entretanto podem também obstruir e machucar partes do trato urinário ao tentarem passar junto com o fluxo normal da urina. A dor causada por um cálculo é descrita como a mais severa dor que uma pessoa pode experimentar, ocorrendo na porção inferior das costas ou no abdômen. Esta dor pode ser tanto constante como descontínua e pode vir acompanhada de náusea, vômito e sangue na urina. Devido à dor severa, um ataque agudo consiste em uma verdadeira urgência.
As causas de um cálculo urológico podem, em 75% dos casos, ser determinadas através de uma avaliação metabólica. Para tanto deve-se analisar a pedra, o sangue e os químicos presentes na urina do paciente. Caso alguma anormalidade seja detectada, o risco de uma recorrência pode ser reduzido.
Alguns fatores que podem aumentar o risco de se desenvolver um cálculo urológico:
- Problemas no processo de absorção ou eliminação dos produtos que podem formar cristais;
- Casos de cálculos urológicos na família (condição genética);
- O hábito de consumir uma pequena quantidade de líquidos;
- Desordens alimentares;
- Doenças intestinais;
- Gota.
Origem:
Os cálculos urinários podem apresentar várias formas em função de sua localização e são classificados conforme sua origem:
- Renal
- Ureteral – Superior, médio e inferior
- Vesical (bexiga)
Diagnósticos:
Os cálculos urológicos são diagnosticados pelo padrão e pela localização da dor durante a crise, juntamente com os sintomas associados como náuseas, vômito e sangue na urina. Os testes para o diagnóstico normalmente incluem raio-x do abdômen e urografia intravenosa, a qual mostrará a anatomia e a drenagem do trato urinário. Outros testes como o ultrassom e tomografia podem também ser usados para se verificar possíveis infecções causadas pelo cálculo.
Tratamento:
Nem todos os cálculos urológicos requerem tratamento. Pedras que são assintomáticas não obstruem e não causam danos ao trato urinário, podendo ficar simplesmente sob observação. Cerca de 80% das pedras vão ser eliminadas espontaneamente junto com a urina. Entretanto, estas pedras podem causar dores severas até que sejam eliminadas.
Quando uma pedra é muito grande para passar, ela pode ser quebrada através de um tratamento chamado Litotripsia. Diferentes formas de energia podem ser empregadas para se quebrar um cálculo em partículas pequenas o suficiente para serem carregadas pela urina ou removidas; estas formas de energia incluem eletricidade, ultrassom, raio laser e impactos mecânicos. A energia, que é direcionada ao cálculo, deve passar através de um instrumento (endoscópio) inserido no trato urinário.
Caso uma litíase requeira um tratamento, o objetivo deste será remover completamente a pedra que foi diagnosticada. O método de tratamento normalmente é selecionado de acordo com o local em que a pedra se encontra:
Rim:
- Litotripsia de onda de choque – LECO – um método não invasivo que utiliza energia para quebrar a pedra;
- Litotripsia Percutânea – a energia é aplicada diretamente sobre a pedra através de um endoscópio que é inserido no rim;
- Cirurgia tradicional com incisão ou laparoscopia (minimamente invasiva)
Ureter:
- Litotripsia de ondas de choque – LECO;
- Litotripsia endoscópica;
- Remoção endoscópica;
- Cirurgia tradicional com incisão
- ou laparoscopia (minimamente invasiva)
Bexiga:
- Extração Endoscópica ou litotripsia;
- Cirurgia tradicional com incisão.
Todas as formas de tratamento têm suas vantagens e desvantagens. Geralmente os tratamentos mais complicados e mais invasivos oferecem maiores índices de sucesso. Algumas vezes uma combinação de tratamentos se faz necessária para se atingir um melhor resultado. A decisão do tratamento a ser utilizado depende de vários fatores. O tamanho da pedra, a localização, a dureza e a composição são tão importantes quanto a anatomia individual do trato urinário, a história médica e a saúde do paciente. Todos estes fatores são considerados para que seja feita a escolha do tratamento mais apropriado .